Page images
PDF
EPUB

REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.

SCIENCIAS AGRICULTURA-INDUSTRIA-LITTERATURA -BELLAS ARTES-NOTICIAS E COMMERCIO. - BELLAS ARTES

N.° 42.

COLLABORADA POR MUITOS ESCRIPTORES DISTINCTOS.

Redactor e Proprietario do Jornal-S. J. RIBEIRO DE SA.

QUINTA FEIRA, 23 DE AGOSTO DE 1849.

8. ANNO.

CONHECIMENTOS UTEIS.

[ocr errors]

Beneficencia Publica.

1. INSPECÇÃO SUPERIOR.

Aucune classe de la nation n'est des-
héritée des avantages accordées à d'au-
tres classes....

L'homme de travail manuel fait partie
de la cité aussi bien que le publiciste le
plus éminent et le législateur lui même.
Des Associations Ouvrières, par
M. VILLERNÉ.

687 AS PALAVRAS, que citâmos no começo d'este artigo, traduzem verdades em que assenta o governo do Estado.

A idéa fundamental das nossas considerações ficará completa, repetindo com o illustre membro da Academia das Sciencias Moraes e Politicas: Les différentes conditions sociales sont donc, à la longue e tour à tour, le partage de toutes les familles. dba

Se todas as classes da sociedade teem direito a usofruir as vantagens da sociedade commum;

Se o homem, que trabalha Com os as Braços, faz parte da communidade social, bem como o que trabalha com o pensamento;

Se não depende do homem, mas sim das circume tancias, o fazer parte de uma determinada classe da Sociedade:

Segue-se que a instrucção e a beneficencia constituem deveres imperiosos da sociedade para com as -suas classes, e dos individuos de cada uma d'ellas -para os seus consocios.

sampre os varios pensamentos da beneficencia, porque para nós a visão de anjos abraçados com a cruz unida ao symbolos do corpo e sangue do Redemp tor seguros á ancora santa da salvação, ou conchegando a si a imagem do orpham, é preferivel á palpavel figura de um rei, transformando o 'sceptro em symbolo da Religião, e duvidando da infallibilidade da Egreja, para que o povo acredite na sua propria infallibilidade.

A philantropia será riscada, da memoria dos povos; a charidade viverá sempre no mundo. As leis relativas à beneficencia não decretam a charidade; prestam-lhe homenagem, e servem como de caminho, por onde possa chegar até aos desgraçados."

É grande erro suppor que a beneficencia não passa das rodas que recebem os engeitados, e dos asylos, em que a velhice se fina.

Entre o berço e o tumulo está a vida; e n'esse espaço, ao qual a morte poe limite, a beneficencia acompanha o homem, como se fora o espirito de Deus. Foi esta a opinião de Degerando, o mais auctorisado escriptor sobre a materia, e foi tambem assim que a considerout celebre Muret, que empregou a sua curta vida em descobrir os fundamentos de uma sciencia, que, ao lado de Economia Politica, sciencia da riquesa podesse tomar o nome de sciencia da miseria

atosa compitato de gulamentos, coordenada em França com o titulo de Leis e Regulamentos da Beneficencia Publica, percorrem a escala de todas as instituições, que se alimentam do sangue e do Testamento do Justo.

Tudo prova que a beneficencia toma uma grande parte na Administração Publica.

E n'este ponto que as opiniões de alguns publicistas, bem resumidas por Foucart, se devem adoptar. A Tutela Administrativa deve ser um grande fac

Deixemos por hoje a instrucção, e fallemos da ins-to em relação à beneficencia. pecção superior da beneficencia publica.

[ocr errors]

O Evangelho, que é a base das sociedades modernas, é o principio fundamental da Beneficencia. O preceito do amor do proximo é como o sol enchendo o horisonte com a sua luz; e da Egreja partem todas as applicações possiveis de tal principio, para se revelarem nas leis e na pratica e tracto diario da vida.

Queremos que a bençam da Egreja acompanhe

Em Portugal nenhuma corporação, nenhum tribunal prova que este principio se põe em pratica. A inspecção suprema do Governo é aqui, como em to da a parte, inutil para tal fim.

O poder executivo só póde desempenhar este dever social, delegando parte da sua missão por meio da confiança, e tomando a rigorosa responsabilidade dos seus commissionados como garantia do desempenho da Lei.

Apesar de que o Conselho Geral de Beneficencia é obra do acaso e não da rasão. Em alguns d'esses nem remotamente se assemelha ao que, n'este gene-estabelecimentos de que nos fallaes, a sua organisaro, deviamos possuir, não deixaremos de aqui o men-ção é perfeitamente viciosa: quando chegar a hora cionar, lastimando que a sua missão, e o modo co-do cataclismo que trague o primeiro, a ruina chegamo está organisado o transformem em uma roda nul-rá até aos mais solidos, porque a desconfiança domila em todo o nosso machinismo administrativo. nará com terror em todos os animos.

O ramo de serviço publico de que fallamos deve ser um emprego activo e permanente, e não uma commissão.

Dir-se-ba que o nosso alvitre requer uma nova verba no orçamento: não o negamos; mas existem lá muitas, mais pomposas e menos uteis, das quaes a nação não tira o proveito que haveria em dirigir e auxiliar as boas intenções do povo, para que não seja victima das guerras envenenadas da miseria.

Pouca é a esperança que nos fica de que o nosso pensamento se realise, porque mui proxima da nossa opinião foi a proposta que, em relação a este objecto, fez a Junta Geral do Districto de Lisboa na sua consulta do anno findo, e por emquanto ainda não teve solução, bem como muitas outras propostas de grande conveniencia publica, contidas n'esse importante documento, que tivemos a honra de publicar, como projecto, em o nosso n.o 6 do presente volume. Citamos só este facto, para lamentar que os cuidados politicos tanto prejudiquem os verdadeiros interesses do paiz; pois que aquella proposta da Junta Geral era muito limitada na sua applicação, e nós assentamos em que a um Conselho de Beneficencia Publica devêra competir:

Propor os meios de estabelecer uma dotação para a beneficencia publica:

Regular a applicação d'essa dotação:

Consultar ao Governo sobre os estatutos de qualquer novo estabelecimento que se organise:

Inspeccionar se os estabelecimentos de beneficen

Ha quatro annos que tractámos de nos informar da situação dos nossos estabelecimentos de beneficencia, e muitos documentos que vamos compilando, e que lhes dizem respeito, nos auctorisam para cumprirmos um dever de consciencia e de escriptor publico, propondo o que sobre o ponto nos parece mais

conveniente.

Sabemos que esta questão não seduz, porque diz respeito ás classes pobres; mas não duvidamos preferi-la a muitas outras, pois que já provámos que ella upe um dever social ao interesse de todas as classes.

[blocks in formation]

Entre as enfermidades, que o máu fado deu com

cia publica cumprem os seus compromissos ou esta-mão larga á especie humana, uma das mais crueis e

tutos:

Propor ao Governo que retire a sua approvação ao estabelecimento que tenha de ser reformado:

Abranger todo o reito com a sua acção por meio de delegados permanentes, e de inspecções repetidas, mas inesperadás, respeitando sempre a jurisdição das auctoridades administrativas:

temiveis é, sem duvida, a tisica pulmonar.

Em todos os tempos, desde que ha medicina, e desde que esta molestia é conhecida, todos os esforcos dos mais illustrados facultativos se teem empregado em procurar meios de a debellar..

Indicarum novo meio, e convidar os facultativos a experimenta-lo, não é por certo um mero luxo da medicina, mas sim um grande serviço, que se faz á sciencia e á bumbanidade.

Tomar como base dos meios que devem sustentar a beneficencia, a charidade publica e o trabalho: Comprehender na beneficencia que se presta aos presos, não só o seu sustento e vestuario, mas o an-perança : -o xarope do Phellandrium aquaticum. damento dos seus processos:

Formular o systema de contabilidade de laes estabelecimentos, e determinar quaes os quesitos que os seus relatorios devem satisfazer:

Ahi temos, pois, mais um remedio, mais uma es

Ouçamos o que nos diz M. Michéa :

«Eu tenho colhido os mais bellos resultados do emprego, que em grande escala tenho feito, das sementes do Phellandrium aquaticum contra os catharros chronicos, a asma, a tisica pulmonar, e as outras affecções do bofe. Estas sementes, que ao mesmo tempo são estimulantes e sedativas, melhoram a tosse, e, tornando mais facil a espectoração, dimi

Centralisar todos os documentos relativos à beneficencia publica, e formular annualmente uma estatistica geral, acompanhada de uma exposição com referencia a este importante assumpto, na qual se relate o seu estado presente, e se proponham as re-nuem, mesmo fazem desapparecer a oppressão. Eu formas que exigir.

Ao que fica escripto se responderá com uma reflexão breve, e já muitas vezes repetida: dirão que sem tal fiscalisação os estabelecimentos de charidade a de soccorro mutuo se multiplicam em a nossa terra. verdade. A nossa resposta será tambem breve.

estou muito inclinado a acreditar, que ellas teem uma acção muito especial sobre os orgãos da respiração, a qual não pode ser substituida por nenhum outro medicamento. Alguns factos me teem comproÉvado, que Lange não mentiu quando disse que estas sementes fazem parar os escarros de sangue; que ellas se oppõem não só ao progresso do desinvolvimen

Essa boa fortuna, que serve de escudo á inercia,

[blocks in formation]

689 D. ESPECIES serodias. Ha algumas especies de arvores, que não fructificam senão depois de ter decorrido um certo numero de annos, e de se achar quasi completo o seu crescimento. Arvores ha que raramente são productivas antes dos vinte annos. Todos os meios para apressar a fructificação d'essas especies, de nada servirão. A sua natureza nunca se poderá alterar.

Outras produzem os seus ramos fructiferos periodicamente, e dão fructos tambem periodicamente. É assim que vemos certas especies de maceeiras e de pereiras, que não fructificam senão de dois em dois annos: outras que dão fructo durante dois annos consecutivos, e que descançam no terceiro: outras, emfim, que descançam dois annos e só produzem no terceiro. Pelos meios, que adiante indicaremos, poder-se-ha, até certo ponto, modificar estas particularidades, porém nunca poderão transformar a natureza intima de qualquer especie.

A esterilidade, na maior parte das variedades, não provém muitas vezes senão da sua grande sensibilidade ás intemperies das estações, occorridas durante a florescencia. Um certo numero, pelo contrario, supporta todas as variações atmosphericas durante a florescencia, até o frio, e por similhante motivo produz todos os annos. Ha especies que fructificam annualmente, porque a sua florescencia vem depois de

passados os maiores frios, como, por exemplo, a nespereira.

As pessoas, que intentarem fazer plantações novas, andarão bem informando-se de antemão da fertilidade das especies que desejarem plantar no seu pomar. E. Velhice, esgotamento de forças.E passivel promover e conservar-se por muitos annos a fertilidade a arvores, que se acham esgotadas de forças pela edade, por meio de cavas repetidas no terreno onde ellas se acham plantadas, pelo arrancamento dos ramos mortos, pelo desbaste da casca, etc. Quando estes meios não produzem effeito, deve-se arrancar a arvore, e substitui-la por outra de especie differente. Se o esgotamento de forças vitaes apparece em uma arvore ainda nova, mas cançada por uma fructificação demasiado forte, convém acudir-lhe, já afofando a terra em volta das raizes, já encurtando-lhe os ramros. Por estes meios raramente a arvore deixará de refazer-se.

Muitas vezes a pertendida esterilidade de uma arvore não é outra coisa, senão uma fertilidade retardada por um crescimento rapido. Á proporção que este for diminuindo, a arvore não deixará de produzir. Um crescer vigoroso, e uma affluencia consideravel de seiva não produzem senão ramos, e não permittem a formação dos orgãos da fructificação,

A rasão, pela qual as arvores novas e vigorosas não dão fructos, é porque ellas procuram primeiramente desinvolver-se e crescer, antes de trabalhar á propagação da sua especie. Uma arvore defeituosa, ou doentia, produz muitas vezes mais abundantes fructos do que uma outra sadia e forte, pela rasão de que a sua seiva circula mais lentamente, apesar de que esta fertilidade não é de longa duração.

É melhor, em geral, abandonar as arvores novas vigorosas á lei da natureza, do que tortura-las para lhes obter fructos. Verdade é que só mais tarde darão fructos, porém compensarão o tempo perdido, produzindo abundantemente por muitissimos annos. Deus, que tão bem dispoz a marcha da natureza, quiz que o gigante do reino vegetal não desse [fructos, senão quando tivesse attingido um dado numero de annos, afim de que não empregasse as suas forças na nutrição dos orgãos reproductores, em detrimento do seu crescer. Nos animaes observa-se egual-, mente que uma gestação muito precoz impede o seu crescimento.10

Entretanto a paciencia do cultivador de pomares é collocada em uma terrivel prova, principalmente se se trata da cultura de especies novas, raras, ou desconhecidas. Frequentemente se veem arvores que, segundo a sua edade, o seu crescimento e forças, já deveriam ter produzido, não darem ainda fructos. E preciso, n'este caso, procurar obter a fertilidade, obstando á circulação demasiado rapida da seiva, afim de lhes proporcionar occasião e tempo de poderem crear os botões de fructo.

[graphic]

(

[merged small][ocr errors][merged small]

quencia a fertilidade: convém então pratica-lo em ziu o decote. A seiva, assim retardada, circula mais zig-zags, afim de que um grande numero de vasos lentamente: é melhor elaborada; e faz inchar os bosejam cortados, que a seiva não circule nem tão tões, que geram os ramos, e que no anno seguinte abundantemente nem tão rapidamente, e que a for- se transformam em botões de fructo. Ao principio mação dos botões de fructo seja ajudada. Este meio não se tiram senão os ramos mal collocados ou sutem sempre sido reconhecido como muito efficaz, so-perfluos: mais tarde, quando a seiva tiver já creado bre tudo nas arvores de pevide. Quanto ás de caro- novos ramos, corta-se tambem uma parte d'estes. ço, não se deve usar d'elle senão com muita cautel 6. Ligadura dos ramos. - Para se praticar esta la, pois que muitas vezes d'elle se origina a moles-operação emprega-se um cordel de canhamo, que se tia da gomma. Não obstante pode ser empregado nos aperta fortemente em volta do tronco, no logar d'onramos vorazes das arvores de caroço. de os ramos nascem, se a arvore é velha; e um pouco mais acima, se a arvore é nova. Póde-se tambem servir de um arame de ferro queimado.

[ocr errors]

2.° Curvatura dos ramos. A tensão violenta da casca, proveniente da curvatnra dos ramos, força a seiva, que não póde circular senão difficultosamente por entre os vasos impedidos, a elaborar-se mais, a amadurecer mais depressa, e colloca esta em estado de gerar os botões de fructo.

Consegue-se por este meio restabelecer o equilibrio nas arvores que não crescem senão de um lado. encaminhando a seiva ascendente para as partes, cujo crescimento está impedido. Para este effeito, convem soltarem-se das latadas (se os ramos forem assim formados) e deixa-las em liberdade. Faz-se cessar a curvatura logo que todas as partes da arvore começam a adquirir um desinvolvimento uniforme. É por este modo que se obrigam os ramos vorazes a

darem fructos.

3. Torsão das hastes e dos ramos. -A torsão é tambem frequentemente empregada, como a curvatura, para apressar a fructificação, produz os mesmos effeitos, e pratica-se do modo seguinte:

Pega-se com as duas mãos nos ramos, nas suas duas extremidades, e começa-se a torcer, em uma extremidade, para um lado, e na outra, para o lado contrario, como se se quizesse destorcer uma corda. Um pomologo distincto assevera que este meio é de tal maneira efficaz, que elle foi obrigado a não em prega-lo, porque as suas arvores íam deixando de produzir ramos, e só produziam botões de fructo.

Por isso é conveniente não usar-se da torsão senão

quando todos os outros meios já se tiverem esgotado. 4.o Quebra das hastes dos ramos. Antes de praticar este remedio, convém ter em vista as forças da arvore, na qual se quer empregar esta operação, e a quantidade mais ou menos consideravel das suas has

Esta ligadura faz-se de preferencia na primavera, e convém deixa-la persistir na arvore alé á primavera seguinte. Este remedio é o menos violento de todos, mas muitas vezes não dá resultado algum nas arvores muito vigorosas. (Concluir-se-ha.)

Resumo das observações meteorologicas feitas em Lisboa, no mez de Junho de 1849.

TEMOs a honra de continuar hoje a publicação regular das Observações Meteorologicas do Sr. Franzini. Julgamos ser esta a occasião de manifestar a grande magoa com que lemos na ultima Revista de Lisboa, da Revolução de Selembro, algumas allusões, que pertendem ridicularisar estes importantes trabalhos, dos quaes o por toda a Eumuito valor é hoje reconhecido ropa. A nossa magoa augmentou ainda, porque essas allusões foram escriptas por um dos moços de maior talento, que honra o nosso jornalismo. Para credito dos seus trabalhos, desejâmos que não peque assim contra a civilisação. Sem observações meteorologicas não se conhece o clima de um paiz; e sem este conhecimento, as suas maiores fontes de riqueza podem ser estereis. Ácerca do quanto importa saber regularmente a mortalidade de qualquer cidade ou povoação, não diremos coisa alguma, porque o Sr. Marreca, em um dos seus substanciaes artigos, já provou o que val uma taboa de mortalidade. Já se vê que não deve, que não pode ser criticado o unico homem, que em Portugal, e ha muitos annos, se entrega a estes trabalhos. Somos amigos do Sr. Mendonça, e por isso escrevemos estas poucas linhas. O seu talento não carece de ser injusto para ser grande. O seu estylo deve correr seductor e variado, como no romance, com que n'este numero nos mimosêa Esta operação, que é das melhores, produz os dois as paginas da REVISTA, sem se quebrar em uma effeitos seguintes:- faz parar a seiva, e promove offensa feita a um homem honrado, estudioso, e uma transpiração abundante pelas feridas que produ-que, sem interesse, tem dedicado ao serviço pu

tes e ramos.

Sobre arvores muito vigorosas póde quebrar-se até o quinto ou o quarto dos ramos, mas nunca além d'esta quantidade, porque se se quebrassem todos. ellas produziriam uma tal quantidade de fructos, que

a arvore se esgotaria e morreria.

O pomologo Schabel, que aconselha esta operação, bem como a precedente, praticava-a de 15 de Junho a 15 de Julho, ou na epocha do decote ao findar do

inverno.

Por este meio as arvores mais vigorosas do seu pomar são tambem as mais ferteis; mas esta operação é tão violenta, que se não deve fazer uso d'ella senão nas arvores de pevide, e sómente nos ramos vorazes das arvores de caroço.

5.° Decote em quanto a seiva está em circulação.

"

[ocr errors]

18°. Maior dita a 30-28°.

Alturas do barometro, reduzidas á temperatura de 63. — Maxima a 16-762,1 millimetres. Minima a 10 e 12-749,8. Média 755,7. Variação dos extremos 12,3 millimetros.

blico a maior parte da sua vida, e que ainda | Dita média do mez 67° Variação média diurna ao presente divide o seu tempo por sete commissões gratuitas, e que tem o mesmo posto e a mesma condecoração, que tinha ha 30 annos. Fazemos justiça ao Sr. Mendonça; elle respeita, como nós, estas virtudes; e não é por intenção da alma que a sua penna sahiu do verdadeiro caminho, que deve seguir o escriptor illustrado.

Devemos á consciencia estas observações, porque foi nossa a culpa de que o Sr. Franzini novamente publicasse os seus trabalhos; e deviamo-las tambem á amizade e consideração, que, ha annos, nos merece a vocação litteraria do Sr. Mendonça, porque não desejamos que no futuro ninguem possa applicar aos seus trabalhos os dois trechos, que aqui inserimos, como para ser virem de luz aos genios, que, por caminho errado, se possam perder:

« Il y a une classe de critiques fort aimés du public.. je veux parler des critiques spirituels. Chez eux, l'esprit est une profession, une faculté que dispense de la préC'est un homme sans

voyance...

volonté, qui ne délibère jamais avant de prononcer; son unique désir, sa constante ambition, c'est d'éblouir, d'amuser. Pourvu qu'il arrache un sourire à l'oisiveté ennuyée, sa tâche est remplie, il peut s'applaudir et s'admirer. Il cherchait la gaité, il l'a trouvé; il voulait tirer du choc des mots une gerbe d'étincelles, il a réussi il ne souhait rien au delà........ Les hautaines railleries, les plaisanteries glapissantes, les triviales incriminations, il n'épargnera

rien. >>

(Gustave Planche. De la Critique Française.)

appartient malheureusement à cette classe d'auteurs aujourd'hui fort nombreuse, qui croient que l'art d'écrire peut remplacer la science, et que l'écrivain doit avoir plus à cœur de frapper fort que de frapper juste. >>

(Vincent Gioberti. Lettre sur les doctrines philosophiques et politiques de M. Lamennais.)

Se por desgraça o erro um dia nos conduzir para tão perigosas paragens, rogâmos ao Sr. Mendonça, que nos pague a prova de amizade, que hoje lhe damos, porque a comprehenderemos como elle nos comprehenderá.

[blocks in formation]

Ventos dominantes contados em meios dias, e suas forças, N, 14 (0,7).-NO. 12 (0,6).0, 3(1.2).

--

50, 11 (0.7).-S. 4 (1,1), NE. 3 (0,5).-E. 1
(0,2),-SE, 2 (0,2),
(0,2),SE, 2 (0,2), B ou V. 10. Direcção
--
média do vento dominante N 52°. Q (0,7). —Ma-
drugadas bonançosas 21. Meios dias ventosos 10.
Estado da atmosphera. - Meios dias claros 13.-
Claros e nuvens 8.
rões 3.-Dias de chuva ou chuviseos 13, os quaes
Cobertos 10. Gobertos e cla-
forneceram 64 millimetros de agua, excedendo o qua
druplo da chuva normal. Nevoeiros 6.
- - Trovoa.
das quatro, em 2, 18, 19 e 21. Dias de frio no-

tavel dois, a 13 e 14.
2, 19, 20, 21, 25 a 30,

de 1, 2, 26, 27 e 30.

[ocr errors]

Ditos de calor onze, a 1, sendo os mais intensos os

Decorreu o mez com a temperatura variavel, sen do mui fresca, e por vezes fria, com trovoadas numerosas, chuvas abundantes, e granizos, que assolaram os campos, apparecendo repentinamente inten sos calores na ultima terça parte do mez,

Phenomenos notaveis. - Foi este mez por extremo anomalo do estado normal em que predomina em o nosso clima. Repetidas e fortes trovoadas, tufões, chuvas abundantes, e saraiva, que appareceram em

algumas provincias do reino, anniquillaram as bem fundadas esperanças dos agricultores, como demonstrará a seguinte breve resenha d'estes phenomenos.

Em 27 do precedente mez de Maio horrivel tro voada cahiu sobre a Villa da Bemposta, em Traz-os, algumas pedras pezavam quatro onças, destruindo Montes, com abundante chuva de granizo, de que muitas searas, vinhas e arvoredos. Algumas aves pe receram pelas contusões d'aquellas pedras. de Junho, pelas 8 horas da tarde, se condensou uma de brilhantes e amiudadas explosões electricas, e um trovoada compacta ao SE. de Lisboa, acompanhada

-- A 2

tufão de vento do mesmo rumo, o qual teve curta duração, resolvendo-se em abundante chuva, que du, rou duas horas. Cahiram dois raios no lado oriental

da cidade, que causaram pequeno prejuizo.

As chuvas, que cahiram no dia 13 no termo de

Lisboa, fizeram seccar a rama dos numerosos batataes da tapada de Mafra, cessando a vegetação d'aquelles tuberculos, que felizmente já tinham adquirido avultado desinvolvimento.

e

Em 18 houve apparencia de trovoada em Lisboa, que se resolveu em chuva serena por todo aquelle dia. Em Cintra foi tão violenta, que produziu 47 millimetros em menos de tres quartos de horas, que, a ter continuado com egual intensidade, produziria enormes prejuizos. Em 19 repetiu-se o mesmo phenomeno n'esta cidade, mas apenas se sentiu a explosão de um trovão e raio, com pouca chuva, vin

do a trovoada do SE.; porém a tarde do dia 21, de infausta recordação para uma parte do Alemtejo, Beira Beixa, e provincias do norte, foi espantosa pela trovoada quasi geral, que parece tivera origem nas serras do Algarve, a qual, dirigindo-se do SSE, ao

[ocr errors]
[ocr errors]
« PreviousContinue »