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e Brandão); Noticias Chronologicas da Universidade de Coimbra (Leitão Ferreira); Hist. Eccles. de Lisboa, e Catal. dos Bispos do Porto (Cunha); Chronica de S. Agost. (Purificação); Dialog. de Var. hist. (Mariz); Europa Port. (Faria e Sousa); Chronica d'El Rei D. Manoel (Goes); Descripção do Minho (Barros); Noticias de Portugal (Severim); Evora Gloriosa (Fonseca); Bibliot. Lusit. (Barbosa); Anno Historico (Francisco de Santa Maria). Em quanto a Authores estrangeiros, recorre principalmente ao Diccionario de Moreri, e á Bibliotheca Hispana de Nicoláo Antonio.

Em quanto á classificação, observaremos que o Author menciona os nossos Escriptores de Theologia, de Jurisprudencia, de Litteratura nos seus differentes ramos, de Historia, de Sciencias Naturaes, de Bellas Artes, consagrando a essa enumeração biographico-critica 16 paragraphos do Capitulo 2.o

-PORTUGUEZES NOS CONCILIOS GERAES-por Antonio Pereira de Figueiredo. 1787.

Interessa á nossa Hist. Litt. esta obra, por isso que depõe muito a favor das letras e sciencia de qualquer individuo o ter assistido nos Concilios. O author cita o seguinte dito do Arcebispo de Braga, D. Luiz de Sousa, fallando do Padre Manoel Rodrigues Leitão, da Congregação do Oratorio: Que este era o homem, que elle conhecia neste Reino capaz de hir a um Concilio, se no seu tempo o houvesse; pelo qual facilmente se vê o quanto convem ter conhecimento dos Prelados, Embaixadores, ou Doutores que forão chamados áquellas sagradas Juntas, como sendo merecedores de commemoração, e ornamentos da patria, por suas luzes e sciencia.

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<«<Em toda a parte, diz o Author, são olhados com respeito os homens de Letras, que hum Rei manda ouvir no Gabinete, ou na Secretaria d'Estado, sobre este où aquelle negocio particular do seu Reino. Quanto mais honorifico, porem, he num Concilio de toda a Igreja, ser chamado pelo Summo Pontifice, ou pelos seus Legados, a dar o seu parecer sobre como se hão de qualificar as doutrinas d'hum Wiclef, ou d'hum Luthero, para toda essa Igreja saber o que deve crer, ou o que deve decretar sobre os Sacramentos, etc. etc. >>

No Concilio Lateranense 2.°-celebrado em Roma na Basilica de S. João de Latrão, no anno de 1139, sob Innocencio 2.o, assistio D. João Peculiar, Arcebispo de Braga.

A hida ao Concilio deu occasião ao nosso Arcebispo para contrahir em Roma estreita amisade com S. Bernardo.

No Concilio Lateranense 4.° (1215-sob Innocencio ) assistiu D. Estevão Soares da Silva, Arcebispo de Braga, e consta que pugnára pela Primazia de Braga, que o Arcebispo de Toledo disputava.

Crê-se que tambem assistíra o Bispo de Lisboa D. Soeiro Viegas.

No Concilio Lugdunense 1.o (Leão, em França, no anno de 1245, sob Innocencio IV) assistirão o Arcebispo de Braga D. João Egas, o Bispo de Coimbra D. Tiburcio, o do Porto D. Pedro Salvador, o de Lisboa D. Ayres Vasques; e os Fidalgos seculares Ruy Gomes de Briteiros, e Gomes Viegas.

Foi n'este Concilio que o Arcebispo de Braga, e o Bispo de Coimbra, juntamente com os dois Fidalgos seculares, pedírão a Innocencio IV que privasse o Senhor D. Sancho II da administração do Reino, ao que o Summo Pontifice annuiu pelo Breve passado em Leão aos 24 de Julho de 1245.

Consta que o Bispo de Lisboa, D. Ayres Vasques, advogára nobremente a causa de D. Sancho 11, mas em vão.

No Concilio Lugdunense 2.o (1274—sob Gregorio x) assistiu D. Pedro Julião, natural de Lisboa, convocado com o titulo de Eleito de Braga, e que mais tarde (1276) subiu ao Throno Pontificio com o nome de João XXI.

Assistírão tambem D: Ordonho Alvares, Arcebispo de Braga, o Bispo de Evora D. Durão; D. Fr. Estevão Martins, Abbade de Alcobaça; D. Fr. Vasco, Bispo da Guarda; D. Matheus, Bispo de Lisboa, acompanhado de Fr. João Navarro, Ministro do Convento da Santissima Trindade de Santarem.

Ao Concilio Viennense (1311-sob Clemente v) concorrêrão o Arcebispo de Braga D. Martinho, o Bispo do Porto D. Fr. Estevão, o de Lamego D. Rodrigo, e D. Giraldo Domingues, que depois foi Bispo de Evora.

Ao Concilio Pisano (em Pisa no anno de 1409, por occasião do Scisma que durava na Igreja desde 1378) mandou o Senhor D. João 1 por Embaixadores e Procuradores o Arcebispo de Lisboa, e o Bispo de Lamego; e por Theologos o Mestre Lourenço, Provincial da Ordem de Santo Agostinho, e outro Mestre da Ordem dos Menores, que era seu Confessor.

Ao Concilio de Constança (1414 a 1418-sob João XXIII e Martinho v) mandou o Senhor D. João 1 por Embaixadores um Cavalleiro, e um Arcediago; em 1416 mandou dois Fidalgos da sua Côrte D. Fernando de Castro, e D. Alvaro Gonsalves de Attaide, e dois Doutores em Leis, Gil Martins, e Vasco Peres.

Assistirão tambem a este Concilio o Arcebispo de Lisboa D. João Affonso de Azambuja, e Gil Peres, Conego de Coimbra, como Procurador dos Bispos de Coimbra e de Vizeu.

No Concilio de Basiléa (1431-e continuado legitimamente até mais de 1437-sob Eugenio IV) assistírão: D. Luiz do Amaral, Bispo de Vizeu; D. Antão Martins de Chaves, Bispo do Porto; o Deão de Braga; o Senhor D. Affonso, Conde de Ourem, neto d'El Rei D. João 1, e sobrinho d'ElRei D. Duarte; Vasco Fernandes de Lucena, Doutor em Leis; Diogo Affonso Mangaancha, Doutor em ambos os Direitos; Fr. João de S. Thomé, Mestre em Theologia da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho; Fr. Gil Lobo, Mestre em Theologia da Ordem de S. Francisco.

Ao Concilio de Florença (começado em Ferrara em 1437, em Flcrença no de 1439, e acabado em Roma no de 1442-sob Eugenio IV) concorreu o Bispo do Porto D. Antão Martins de Chaves. Foi este Bispo quem fundou no anno de 1440 em Roma o Hospital de Santo Antonio dos Portuguezes.

Concilio Lateranense 5.°-Principiado sob Julio II no anno de 1512, e acabado sob Leão x no de 1518.

Na Sessão 9., celebrada a 5 de Maio de 1515, apparecem

mencionados Tristão da Cunha, Diogo Pacheco e João de Faria como Illustrissimi Domini Regis Portugalliæ Oratores. São estes os tres Portuguezes que ElRei D. Manoel mandára em 1513 a Roma, para entregarem ao Papa Leão x o grandioso presente do elefante e do Pontifical, que foi avaliado em um milhão.

Mais tarde foi como Embaixador ao Concilio D. Miguel da Silva.

Concilio Tridentino, 1545 a 1563, sendo Summos Pontifices Paulo III, Julio II e Pio V.

Em tempo da primeira abertura assistirão ao Concilio tres grandes Theologos da Ordem de S. Domingos: Fr. Jeronymo da Azambuja ou Oleastro, Fr. Jorge de Santiago, e Fr. Gaspar dos Reis. Assistiu tambem na primeira abertura o Bispo do Porto D. Fr. Balthesar Limpo. (Foi este Bispo quem conseguiu, á força de instancias, que Paulo II expedisse a Bulla Meditatio cordis nostri, em que o Tribunal do Santo Officio foi restabelecido em Portugal, na fórma e extensão que D. João 111 queria de ha muito.)

Na segunda abertura forão mandados ao Concilio, como Embaixadores de D. João III, Diogo da Silva; Diogo de Gouvéa, Doutor Theologo; João Paes, Doutor em ambos os Direitos; Diogo Mendes de Vasconcellos, Doutor em Canones.

Concorrerão tambem D. João de Mello, Bispo de Silves, e D. Estevão de Almeida, que tinha a sua Diocese em Castella. Na terceira e ultima abertura (sob Pio IV), reinando já ElRei D. Sebastião, concorrerão os seguintes:

O Embaixador D. Fernando Martins Mascarenhas; o Arcebispo de Braga, D. Fr. Bartholomeu dos Martyres; o Bispo de Coimbra, D. Fr. João Soares; o Bispo de Leiria, D. Fr. Gaspar do Casal.

Os Bispos de Vizeu, de Silves, e de Ceuta mandárão Procuradores.

Assistiu pessoalmente o Presbytro secular D. Jorge de Attaide, que depois foi Bispo de Vizeu.

Assistírão tambem, mandados por ElRei, o Doutor em Canones, Belchior Cornejo; o Doutor em Theologia Diogo de Paiva de Andrade; o Mestre Fr. Francisco Foreiro da Ordem dos Prégadores.

E finalmente Fr. Henrique de S. Jeronymo, como Theologo do Arcebispo de Braga; Antonio Leitão, do de Coimbra; Fr.

Pedro de Villa Viçosa, do de Leiria; Fr. Luiz de Sottomaior; Fr. Antonio de Padua; e Theotonio Moniz.

Em a nota final dá Antonio Pereira de Figueiredo, noticia de tres Theologos Portuguezes, que assistírão no Concilio Romano, presidido por Benedicto XIII, em 1725, e são: Fr. José d'Evora, Franciscano Observante, que depois foi Bispo do Porto; Fr. Antonio de Santa Clara, Agostinho Descalço; e Fr. Ignacio d'Oliveira, Carmelita Calçado.

-NOTICIAS CHRONOLOGICAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRApelo Beneficiado Francisco Leitão Ferreira. Lisboa. 1729.

Não houve em Portugal Escholas Publicas, em fórma de Universidade, até ao tempo em que reinou D. Affonso III.-No anno de 1290 foi fundada a Universidade de Lisboa, ex vi, e nos termos da Bulla de Nicoláo v.-No anno de 1308 foi mudada a Universidade de Lisboa para Coimbra, sendo este o 19.o da sua fundação, e o 30.o do reinado de D. Diniz.-Em 1338 foi restituida á Cidade de Lisboa, onde esteve até ao ultimo de Março de 1537, 16.o do reinado de D. João 111, sendo então definitivamente transferida para Coimbra.

O author discute todos os pontos chronologicos; dá noticia, e faz o juizo critico de todos os documentos relativos ao assumpto de que trata; menciona os Reitores, Vice-Reitores, e Lentes; indica a parte que tomárão os nossos Reis e os Pontifices nas causas da Universidade; dá conta das Provisões e Estatutos da mesma; e no Corpo da Obra aproveita as occasiões que se lhe offerecem de commemorar e julgar muitos dos nossos Escriptores.

Confessa o author que o «maior soccorro, de que n'esta com«posição se valeu, foi o trabalho que communicou á Real Aca«demia de Historia Francisco Carneiro de Figueiróa, Reitor e «Reformador da Universidade de Coimbra; o qual resumiu a «um Compendio de Informações e de Cathalogos, igualmente «<exacto que erudito, tudo o que podia contribuir com certeza a «<este assumpto »

Mencionamos esta ultima circumstancia, para recommendar os trabalhos de Figueirôa.

Veja-se, a respeito de Francisco Leitão Ferreira, o Ensaio sobre a Hist. Litt. do Sr. Francisco Freire de Carvalho, pag. 231.

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