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MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA.

Ensino Especial.

ESCOLA REGIONAL D'EVORA. Creada por Decreto de 16 de Dezembro de 1852. Hade ensinar-se ali:

Elementos das Sciencias Historico-Naturaes, Botanica, Elementos de Physica, Chymica, e Geologia Agricola; Agricultura geral e culturas especiaes; Zootechnica e Arte Veterinaria; Economia Agricola, Administração e contabilidade rural; Artes agricolas, legislação e engenharia rural.

Despeza 7:9928000.

INSTITUTO AGRICOLA E ESCOLA REGIONAL DE LISBOA.
O mesmo, com pequena differença, que a Escóla Regional
de Evora.

Despeza 9:5188000.

-INSTITUTO INDUSTRIAL DE LISBOA.

ESCOLA INDUSTRIAL DO PORTO.

Estes dous Estabelecimentos forão creados por Decreto de 30 de Dezembro de 1852.

Hade ensinar-se n'elles:

Arithmetica Elementar, primeiras noções d'Algebra, e Geometria Elementar; Desenho linear e ornatos industriaes -desenho de modelos e machinas; Elementos de Geometria Descriptiva applicada ás Artes; Noções elementares de Chimica e Physica; Mecanica industrial; Chimica applicada ás Artes; Economia e legislação industrial.

O Instituto, e a Escóla Industriaes hãode de fazer de despeza 12:4708000. (Orç. de 1853 a 1854.)

Especialidades sobre Estabelecimentos Scientificos e Litterarios:

Ao Official Maior do Archivo da Torre do Tombo dá o Governo uma gratificação de 200 000 rs.

pela regencia da Aula de Diplomatica.-Com o Archivo despende-se annualmente........ Á Academia Real das Sciencias dá o Governo uma prestação annual de....

4:970 $000

4:8005000

O Museu de Lisboa custa á Nação, annualmente 1:8693000 O Museu do Porto custa....

A Bibliotheca Nacional de Lisboa faz de despeza

annual...

...

A Bibliotheca Publica de Evora
A Bibliotheca Publica de Villa Real.

A Bibliotheca da Universidade de Coimbra..
A despeza da Imprensa Nacional, e suas dependen-
cias (Officina Typographica, Fundição de Typos,
Fabrica de Cartas, Officina Lithographica etc.)
he de...

(A sua Receita he de 38:600/014.)

A despeza da Imprensa da Universidade de Coimbra he de.....

(A receita he de 6:5398470.)

Para Pensionarios do Estado, que vão estudar as Bellas-Artes em paizes estrangeiros, vem no Orçamento uma verba de um conto de réis.

Ha em Coimbra um Conselho Superior d'Instrucção Publica.....

350,3000

7:918$800 100 000 1043400 9503000

39:1728214

7:5578500

3:9403000

Ha em cada Districto um Commissario dos Estudos, e Reytor do Lyceu.

Ha na Capital uma Escóla Normal Primaria, que faz de despeza..

2:740,$000

Ha aulas de Ensino Mutuo, na Casa Pia, e no

Desterro....

980 $000

No luminoso Relatorio do Ministerio do Reino, apresentado ás Camaras Legislativas em 22 de Fevereiro de 1850, vem o seguinte calculo muito curioso:

«A despeza geral com a Instrucção Publica (sómente a que está a cargo do Ministerio do Reino), importa na quantia annual de 276:269$200 réis, liquidos de impostos.

« Custa annualmente cada um dos alumnos de Instrucção:

Primaria..
Secundaria..

28713 215066

Academia das Bellas Artes de Lisboa.... 568574 Especial Academia de Bellas Artes do Porto. Conservatorio Real de Lisboa... Academia Polytechnica..

Escóla Medico-Cirurgica de Lisboa.

Superior Escola Medico-Cirurgica do Porto

Universidade..

. .

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438527

24$394

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1318094

106$591

2238461

418584

.....

-As necessidades que nesse mesmo Relatorio se marcavão, em quanto á Instrucção Publica, são as seguintes:

«A Instrucção Primaria Elementar:

carece de ser ampliada pela multiplicação das Escólas, pagas com exactidão e regularidade, e collocadas em edificios publicos. (Devèra assignalar tambem a indispensabilidade do augmento de ordenados dos infelizes Professores.)

-carece de aperfeiçoamento, pela escolha de bons Professores, habilitados em Escólas normaes.

«A Instrucção Secundaria ou Complementar:

-carece de dilatar a esphera do ensino, na parte relativa ás disciplinas industriaes, e os conhecimentos praticos e de applicação indispensaveis para o progresso de agricultura, e desenvolvimento de todas as artes e officios, e trabalhos mecanicos.

-carece essencialmente de Professores especiaes, habilitados com a instrucção pratica dos Paizes mais adiantados na cultura das artes industriaes.

<«< A Instrucção Superior ou Professional:

-carece de mobilia e instrumentos para os gabinetes, para os laboratorios, e para os mais estabelecimentos auxiliares, sem os quaes não podem dar um passo as sciencias uteis, que maior influencia exercem na prosperidade publica. »

Sobre este assumpto da organisação actual dos Estudos em Portugal, vejão-sc:

Legislação Novissima-1844, 1848, 1850 a 1853.

Orçamentos do Estado desde 1850 em diante.

Relatorio do Ministerio do Reino apresentado ás Camaras em 22 de Fevereiro de 1850; bem como os de 1851 e 1852.

Novo Guia do Viajante em Lisboa, publicado em 1853. (Traz algumas noticias ácerca dos Estabelecimentos Litterarios e Scientificos de Lisboa.)

Projecto de Lei n.o 56 de 20 de Junho do corrente anno de 1853, com os importantes projectos que o acompanhão.

TITULO III.

LINGUISTICA.

CAPITULO I.

EXCELLENCIAS DA LINGUA PORTUGUEZA.

Desagradecidos Portuguezes, e desnaturaes são, os que por desculparem sua negligencia culpão a pobreza da lingua.

(D. ANTONIO PINHEIRO.)

PASSAREI a fazer a resenha dos escriptos mais notaveis, que a respeito da nossa lingua têem sido publicados.

Começarei pelo quadro das excellencias, e grandes quilates de superior merecimento da nossa lingua; e desculpe-se a liberdade que tomo de fazer preceder de uma breve exposição doutrinal a resenha-que he propriamente o meu objecto.

¿Quaes são as qualidades que deve ter a linguagem para satisfazer perfeitamente ao seu destino?

O Chantre Manoel Severim de Faria responde, e muito bem: «Copiosa de palavras, boa de pronunciar, breve no dizer, que escreva o que falla, e apta para todos os estylos. >>

& Dar-se-hão estas qualidades na linguagem portugueza? Sim, responde o mesmo author, e com elle outros muitos, que em breve nomearei.

A copia da nossa lingua revela-se: 1.° nos muitos verbos que significão uma só acção: 2.o no numero dos nomes que ha para uma mesma cousa: 3.o na multidão de vocabulos, que nascem de uma só palavra: 4.° nos muitos verbos e nomes, de tal modo expressivos, e peculiares à nossa lingua, que não se encontrão nas outras, nem ainda por circumloquios podem ser bem reproduzidos.

á

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