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<< Vous supposez cette universalité primitive de la langue romane, comme intermédiaire en

mais cedo do que nenhuma das linguas meridio- | (Littérat. du moyen âge) relativamente a todas naes. Como se explica isto? O auctor da « Re- as linguas derivadas do latim, por occasião de futação julga plausivel a seguinte rasão apon- impugnar a theoria de M. Raynouard : tada por Sismondi: que provavelmente nas provincias occidentaes ficaram os subditos romanos em maior numero depois da conquista dos bar-tre le latin et les trois ou quatre langues qui se baros; porque os barbaros procuraram antes o partagent aujourd'hui l'Europe latine. Les mocentro da Hispanha, onde esperavam achar mais numens, contemporains manquent. Que nous resriquezas, do que nas costas occidentaes: o que é te-t-il pour discuter? Il nous reste l'état actuel confirmado por Jornandes (de rebus geticis) quando de ces langues. Si une de ces langues est encore diz a respeito de Attaulfus: Per suas opes Bar- maintenant plus près de la langue latine que ne cilonam cum certis fidelibus delectis plebeque im-l'est cette langue romane, j'en conclus qu'elle belli interiores Hispanias introivit.

Denina appresenta outra explicação: « Le fond de la langue portugaise est autant ou plus latin encore, que celui des autres langues méridionales et même de l'italienne; parce que les peuples du Nord n'ont pas porté dans la Lusitanie autant de leurs mots, qu'ils en ont introduits en France et en Italie, ni les Maures n'y ont pas porté autant de mots arabes, qu'ils en ont laissé en Espagne. Il y reste fort peu de mots de l'ancienne langue, qui devoit être la Celtique ou Celtibérienne. On est étonné de voir la langue vulgaire des romains répandue, établie à une si grande distance, de Rome et du Latium. Il faut supposer que du temps de Viriatus, de Pompée et des premiers empereurs romains, de nombreuses colonies sont allées s'établir dans ce dernier coin de l'Europe, ou que des troupes non moins nombreuses de Lusitains, après avoir été à Rome, ou avoir servi dans les armées romaines, sont retournées dans leur pays, et y ont apporté le langage vulgaire qu'ils y avoient appris.» (La Clef des Langues, part. 4, sect. 1, art. 4.)

Seja porém qual for a explicação daquellas duas notaveis particularidades, é certo que são geralmente admittidas como um facto incontestavel.

Tem havido quem estabeleça como intermédia entre a lingua latina e a portugueza a romana ou provençal; isto é, que a lingua portugueza não vem directamente da latina, mas sim da provençal, que se formou da latina.

O auctor da «Refutação» combateu esta opinião triunfantemente, concedendo todavia que o provençal, romance, ou limosino, teve grande influencia na nossa lingua, depois que os condes de Provença succederam no condado da Catalunha, e ultimamente no reino de Aragão.

Vejamos o que diz o eloquente M. Villemain

n'a point passé par elle; car les langues ne remontent pas; quand elles ont commencé à s'altérer, elles continuent. Un exemple suffira... Du mot latin tenére, le roman provençal faisait tenia à l'imparfait; l'italien dit teneva. N'est-il pas vraisemblable que teneva est directement venue de tenebat, sans travesser tenia? »>

Na « Refutação » cita-se no mesmo sentido, mas com referencia á lingua portugueza, o exemplo de que amava e arvore são mais chegados ao latim do que aimait e aubre do provençal; e de haver este despresado as fórmas sonoras dos termos romanos, fazendo de aurum, or, — de collum, col,- de versus, vers, - de ferrum, fer etc.

« Si vous prenez, continúa M. Villemain beaucoup d'autres mots, vous trouverez que, dans les langues espagnole et italienne, ils n'ont subi qu'un léger changement, parce de torta, et se sont conservés plus près du latin que dans la langue romane; ce qui prouve qu'elle ne leur a pas servi de communication et de passage. >>

E com effeito, fôra impossivel que n'essa lida de alteração e corrupção da formosa lingua latina, trabalhassem todos os povos do meio-dia da Europa, segundo um plano uniforme! Que houvesse concordancia no fim a que se propunham esses operarios de deconstrucção, ninguem o póde negar, porque todos atiravam ao alvo da simplicidade e da clareza; mas, que houvesse uniformidade nos accidentes das multimodas variações das linguagens que cada povo ía adoptando... eis o que parece inverosimil, se não absurdo.

D'outra sorte viria a ser a lingua provençal a lingua commum da Europa-o que de certo escripta aos dois Socios do Conservatorio, que nunca foi, como o observa o Sr. Garret na Carta já citámos: « Ellis, o famoso litterato e collector de romances e balladas inglezas, define a

lingua romance ou roman;« todos os diale- | modo positivo qual dessas linguas diversas, de tos das provincias européas do imperio, cuja que se crê que elle falla transfundiu para a base era o latim vulgar, quaesquer que fossem da nossa lingua. » os outros ingredientes que na mesma composição entrassem.» (Leurs, Essay on the origin of the romance lenguage, 1835). Esta é tambem a opinião de Schlegel contraria á de Raynouard que quería fazer o provençal a lingual commum da Europa. O que de certo nunca foi. »

Alatinar as palavras da lingua portugueza. O Sr. S. Luiz disse na sua « Memoria que os nosuma especie de admiração e respeito supersticioso sos escriptores se deixaram por ventura levar de para com os romanos, e talvez assentaram, que era glorioso á lingua portugueza tirar a sua origem de um povo, que subjugára tantos outros, e que em toda a parte fizéra temidas as suas armas, e obedecidas as suas leis. Cita as palavras pae e mãe, dizendo que os nossos escriptores quizeram em vão tirá-las da sua nativa simplicidade, para lhes dar a fórma latina padre e madre; mas que a despeito da innovação systematica, voltaram ao estado, provavelmente primitivo, deixando as fórmas latinas á linguagem ecclesiastica, aonde ainda se conservam.

Juiso critico sobre a opinião dos que sustentam a origem celtica da nossa lingua. « Admittindo o principio, aliás falso, diz o Sr. A. Herculano (Introd. á Hist. de Port.), de que as filiações das linguagens humanas se devem exclusivamente buscar nas similhanças de sintaxe, e concedido que na realidade se dão grandes differenças de indole entre o portuguez e o latim, a consequencia legitima disso fora unicamente que deste não proviera aquelle. Para Bem longe de se alalinarem as palavras, provar, porém, a sua origem celtica, era ne- responde o auctor da << Refutação, por innovacessaria mais alguma coisa: devia-se expôr ação systematica, para as aproximar do latim, indole da antiga linguagem dos celtas de Hispanha, e achar as analogias intimas entre essa linguagem e a nossa, e o contraste de ambas com o latim. Eis o que se não fez, e o que é impossivel fazer-se. A hypothese de que o portuguez procede do celtico tem a ruina na base. Essa lingua primitiva passou sem deixar monumentos: o que hoje subsiste é um certo numero de dialectos, que se crêem celticos, mas cuja similhança relativa com o idioma de que procedêram, ninguem ousaria determinar, tanto mais que entre elles se dão gravissimas differenças. É o ersa, o gaélico, o armorico ou o welsh o representante mais proximo do antigo celtico? Era esta uma lingua commum a todos os povos da mesma raça, ao menos dos que estanceavam pela Peninsula? Sobre taes questões apenas se poderão fazer conjecturas mais ou menos arriscadas, e que todavia fôra preciso resolver com clareza antes de converter a hypothese em these. Isso porém, repetimol-o, é impossivel, posto que uma passagem de Strabão (Utuntur et reliqui hispani grammatica, non unius omnes generis: quippe nec eodem quidem sermone), passagem de que aliás os defensores das origens celticas crêram tirar vantagem, decidiria negativamente a segunda, se porventura se admittisse que o geographo grego alludia nesse logar a variedades da lingua celtica. Em tal caso importaria determinar de um

pelo contrario, é disso precisamente que os nos-
sos fugiam. A prova acha-se no cap. 99 do Leal
Conselheiro, em que o Sr. D. Duarte entre os
preceitos da traducção nos dá o seguinte: Osse-
gundo que non ponha palauras latinadas,
doutra lynguagem, mas todo seja nosso lynguage
scripto mais achegadamente ao geeral boo cos-
tume de nosso falar que se poder fazer. - Quem
isto aconselha, nem elle nem os seguintes auc-
tores escreveriam constantemente padre e madre
se este não fosse o fallar mais achegado ao bom
e geral costume, e esta fórma não fosse a pri-
mitiva. Que ella o é, não precisa de prova ;
porque todo o mundo sabe que as nossas palavras
procedem regularmente do ablativo latino, e al-
gumas do nominativo, em menor numero. As
linguas modernas tem-se aperfeiçoado á medida
que tem perdido as 'fórmas latinas, e a este aper-
feiçoamento é que devemos as palavras pae e mãe,
e muitas outras mais suaves ou mais harmonio-
sas do que as primitivas: assim oito, noite, reino,
são mais doces do que octo, nocte, regno, etc. »
(Nota 52, pag. 75.)

Os cinco mappas polyglottos de M. Balbi. Ao auctor da a Refutação não escapou appresentar como argumento da origem latina da nossa lingua, o processo genealogico que a respeito de quasi 700 linguas e dialectos empregou M. Balbi no seu Atlas Ethnographique. »O argumento consiste na seguinte idéa: - tomando-se 26 pa

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lavras verdadeiramente essenciaes, que exprimam | Pater, Mater, oculus, caput, nasus', bucca (os), as idéas mais simples, e sem as quaes seja im- lingua, dens, manus, pes, unus, duo, tres, possivel ao homem viver no estado social, e con- quatuor, qninque, sex, septem, oclo, novem, frontando-as com as suas correspondentes de ou- decem. Quem não vê as mesmas palavras nas. tras linguas, obter-se-ha o conhecimento das re- duas linguas ? Quem não vê a derivação facillima lações mais ou menos intimas entre as diversas que ao primeiro intuito se conhece entre vocabulinguas. Quaes palavras escolheu M. Balbi? As los dos dois idiomas, vocabulos que designam seguintes: Sol, Lua, Dia, Terra, Agua, Fogo, os objectos mais interessantes ao homem, e inPae, Mãe, olho, cabeça, nariz, bocca, lingua, dispensaveis ao tracto social? dente, mão, pé, um, dois, tres, quatro, cinco, seis, sele, oito, nove, dez.Quaes palavras correspondem a estas no latim? As seguintes: Sol, Luna, Dies, Terra, Aqua, Focus (ignis), Portuguez.. Sol.

Lua. Dia.

Terra.

Confrontemos agora os 26 vocabulos portuguezes com os correspondentes do gaélico, e do welsh, representantes do antigo celtico :

Agua.

Fogo. Pae.

Gaélico.... Grian. Gealach. La; Latha. Ter, fonn, talamah. Uisge, a, abb. Teine. Athair, Welsh..... Haul, tes. Lleuad. Dydd. Tir, daiar. Dwr, aweddo. Tan. Tadwys, tad. Mas para não cançarmos os leitores não conti- | ro de linguas, incluindo as dos selvagens. Denuaremos na confrontação, e os remettemos para morámo-nos neste ponto um pouco mais do que o Tableau Polyglotte des Langues Européennes doo auctor da « Refutação», porque se tracta de Atlas Ethnographique de M. Balbi; ahi verão um assumpto que precisa de ser bem esclareque a dessimilhança entre o portuguez e o cel- cido. tico prosegue tão pronunciada nas demais palavras, como nas que deixâmos mencionadas.

Idioma dos nossos documentos e monumentos. Não é debaixo do ponto de vista da Paleologia As 26 palavras escolhidas por M. Balbi são e Diplomatica, que appresentamos as seguintes mais do que sufficientes para fazer conhecer a breves indicações dos nossos documentos e mofamilia a que uma lingua pertence; mas deve numentos, mas sim como argumento linguistico, notar-se que este expediente só foi empregado o qual terá tanto maior força na hypothese de que para servir de regra nas linguas, a respeito das tratamos, quanto esses esclarecimentos são forquaes não ha outros documentos, pois que nada necidos por um auctor que impugna a origem adianta em quanto á classificação systematica dos latina da nossa lingua, e admitte a conservação dialectos de cada lingua, nem em quanto á da lingua original das Hispanhas atravez da dodemarcação que sepára duas linguas muito si- minação romana, e ainda dos godos, suevos e milhantes, como por exemplo a castelhana e a arabes.O Sr. João Pedro Ribeiro, na Disportugueza. Vê-se pois que esta regra, se não sertação 5.", que já citámos em um dos artigos. é applicavel as hypotheses que acabamos de apon- antecedentes, considerando os nossos documentar, é todavia muito concludente para estabele- tos com relação ao idioma, assigna duas epochas: cer entre o latim, e o portuguez esses laços de 1. Até o estabelecimento da Monarchia; — familia, que se pretendem demonstrar; ao passo 2." Desde aquelles tempos, e principios do seculo que assignála a pronunciada diversidade que se XII até o presente. A primeira épocha é por dá entre a nossa lingua e a celtica. -Note-se elle dividida em 4 periodos: 1.° Até o estabeegualmente que, se M. Balbi tratasse de con- lecimento pacifico dos romanos na Hispanha no frontar sómente o latim com as linguas deriva-I seculo christão; -2.° Até á invasão dos bardas dessa origem, poderia fazer uma vastissima baros no V seculo; -3.o desde o V até o VIII escolha de palavras; mas o seu intento foi com-seculo, em que entraram os arabes; 4.° no parar 700 linguas e dialectos, e por isso esco- tempo do captiveiro dos mouros, e reinados dos Theu 26 palavras, e designadamente as que pre- reis de Leão e Galliza, até o estabelecimento do feriu, por isso que são aquellas que effectiva- nosso reino. A 2.a epocha é tambem dividida em mente os viajantes recolheram no maior nume-4 periodos, sendo o 1.° desde o Sr. Conde D.

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Descança em paz, doce amiga, Deste viver que é uma lida, Lá nessa gloria sem fim: Que eu jamais posso olvidar, Que horas antes de expirar Te recordaste de mim!

Da lyra á dôr consagrada, Da amisade immaculada Recebe o sentido canto; Flor d'alma, de naturesa A vegetar na tristesa, Regada d'amargo pranto.

BELLAS-ARTES.

Novo quadro do Sr. João Baptista Ribeiro.

Pedimos vénia hoje ao nosso collega do Periodico dos Pobres do Porto, para transcrever em nossas columnas o seu artigo, ácerca do novo quadro pintado pelo director da Academia Polytechnica do Porto, visto que as relações de sangue que nos ligam a este professor são tão proximas, que scriam suspeitas, quaesquer palavras nossas em seu louvor.

Eis aqui o artigo a que nos referimos :

130 É na religião que as Bellas-Artes beberam pela maior parte as suas mais sublimes inspirações, para as transmittirem aos seculos pelos genios grandiosos que as teem ornado, e que teem resplandecido em toda a historia moderna. Na poesia fallam Tasso com a Gerusalemme Liberata, Dante com a Divina Comedia, Milton com o Paradise Lost, e Lamartine com o Jocelyn- na musica Haydn e Pergoleso com os seus Stabat Mater, Jomelly com o seu Miserere, e Mozart com o seu sublime Requiem. na esculptura Canova com a Temperança, a Mansidão e a Magdalena — e na pintura ahi fallão Miguel Angelo Buonarotti, o GrãoVasco, Rafael de Urbino, Salvador Rosa, Titiano, Tintoretto, e tantos outros com os mais sanctos assumptos da religião.

O nosso seculo abalado continuamente por cataclysmos politicos, não tem produzido obras como as daquelles, porque, contra a opinião de habeis criticos, julgamos que as epochas de revoluções podem, é verdade, fazer apparecer grandes talentos nas sciencias da politica ou da guerra, mas não nas Bellas-Artes, onde o descanço e a meditação são os conselheiros fieis das grandes obras. Todavia alguma cousa tem apparecido, mas os seus auctores foram quasi todos buscar os motivos dos seus trabalhos, fóra daquelle rico manancial.

É por isso que se torna ainda mais notavel a obra de que vamos dar noticia aos nossos leitores, a qual é o quadro feito pelo Sr. João Baptista Ribeiro para a egreja de Santo Ildefonso.

Rico na invenção, correcto no desenho com um colorido appropriado, e cheio de expressão é aquelle quadro uma das boas producções deste professor. O pensamento que o resume é a crença na religião, é a fé no seu mais sublime mysterio na Eucharistia. A custodia sustentada por dois anjos, e rodeada por muitos outros apparece no espaço radeante da luz. a fé debaixo da figura de uma virgem eleva as suas vistas para aquelle magnifico espectaculo, tendo n'uma mão levantado o calix da redempção, e encostada ao braço a Cruz do Salvador, e calcando com um dos pés as azas da heresia symbolisado n'um basilisco que vomita as chammas de impiedade-S. Pedro, o patriarcha da egreja, de joelhos aos pés da fé, offerece as chaves do céu aos que acreditarem naquelle augusto mysterio, e na unidade de Deus que elle symbolisa com o dedo indicador na mão direita que tem erguido.

Não sei que se possa exprimir um pensamento com mais felicidade, e mais talento― se o quadro tivesse grandes defeitos artisticos, o bello da invenção e da composição fal-o-hia desapparecer mas em tudo o auclor mostra saber e estudo.

O desenho é severo e correcto, porque é a expressão do natural onde o Sr. João Baptista estuda sempre. O colorido se n'uma ou outra parte é menos bom, é soberbo em toda a figura da fé, na do anjo que sustenta a custodia pela parte inferior, e especialmente na de S. Pedro-nesta, assim como nas chammas que vomita o basilisco, os mais escrupulosos pouco acharão que notar nas propriedades das sombras, e das cores, é a imitação do Titiano. A cabeça de de S. Pedro tem uma expressão que recorda immediatamente no seu genero, uma dessas da escola do Perugino a face da fé se não tem tanto vigor reflete todavia a melancolia dos quadros do Vieira Portuense; por toda a parte se nota um gosto delicado, um pincel seguro, e uma facilidade que não é partilha de todos. A luz acha-se perfeitamente distribuida e propria nos dois diversos planos do quadro; e finalmente o author mostrou que lhe eram familiares as mais importantes regras d'arte.

O desleixo em que estão as nossas coisas ácerca de sciencias e artes, por culpa de muita gente que a não devia ter, é a principal causa de apparecerem poucas obras de merecimento, e é por este motivo que aquella de que acabamos de fallar merece a attenção dos amadores, que a devem examinar.

Só accrescentaremos que o Nacional, do Porto, reproduzindo 'este mesmo artigo, diz o seguinte: Damos com sincero prazer cabimento em nossas columnas ao seguinte communicado, e não podemos tambem deixar de render as devidas graças á, illustre mesa do Santissimo Sacramento de Santo Ildefonso que-mandando pintar o quadro de que falla o communicado, deu occasião a que possuissemos mais esta magnifica obra de um dos nossos melhores artistas.

NOTICIAS E COMMERCIO.

THEATRO DE S. CARLOS.

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132 Ha mezes que a imprensa hispanhola e tambem a franceza fallam, como de uma grande maravilha, do aerostato por novo systema, de extraordinarias dimensões, que o Sr. Montemayor está construindo no seu logar de Valverde, com empenho notavel e pasmosa perseverança.

Os redactores de La Esperanza testemunham n'um dos n.o do corrente Novembro, que viram a maquina da invenção do Sr. Montemayor, e que estão convencidos quanto é possivel estar em objectos desta natureza, de que desta vez, se não se conseguir navegar pelos ares, ficará pelo menos tão adiantada a empreza, que se effectuará dentro em poucos annos. Theoricamente fallando lhes parece demonstrado que se podem verificar as quatro condições do novo invento; subir, caminhar horisontalmente, deixar a direcção do vento quando assim convenha, e descer quando se quizer.

«O Eólo, nome que o inventor dá á sua maquina, nem é redondo, nem cylindrico, como alguem imagina, nem tem absolutamente a figura de um passaro, sustentado e conduzido por dois balões, como o representam certas estampas que especuladores fraudulentos impingiram ao publico desta capital ha poucos dias. Parece-se, sim, a uma ave, que voando por impulso proprio offerece ao vento, na cabeça e nas extremidades das azas, as tres proas, que, segundo se exprime com sincera piedade o Sr. Montemayor, Deus concedeu a todas as aves. - Tem a maquina 105 pés de largo, e 80 de comprido contando a parte movel que faz de cauda, ou leme: a força impulsiva

Os jornaes de Milão publicaram já a lista dos corresponderá pouco mais ou menos á de 28 cavallos:

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