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capitão Aniceto Muleta.

(Continuado de pag. 79.)

que davam da sala para a galeria, estreitas orlas de luz, e o som lento e com passado dos passos de um homem, que ora parecia aproximarse, ora afastar-se delle, excitaram-lhe de novo a curiosidade; e, encostando-se á parede, caminhando nas pontas dos pés, e aproveitando para pôr o pé no chão a ocasião em que sentia na galeria algumas passadas, o capitão de milicianos aproximou-se d'um dos reposteiros por onde entrava luz, e ahi, applicando o olho a uma fendasinha, pôde ver o que se passava na caza de armas de Sua Alteza.

Com os braços cruzados sobre o peíto, a cabeça um pouco caida para diante, os olhos baixos, a testa enrugada e como assombrada pela 113 Quando sahiu da galeria, o capitão lentamente a galeria na sua maior extensão. Neinquietação e pela tristesa, o Infante percorria Aniceto Muleta achou-se só, n'uma sala espa-nhum signal de alegria havia já n'aquelle rosto, çosa e escura, com porta para uma pequena escada que descia para a praia. pouco antes animado pelo riso da zombaria: a meDepois de ter lançado em roda de si escruta-lancolia, que as historias do Conde da Torre e dor e vacilante olhar, de ter percorrido todos os cantos á casa, levantado todos os reposteiros, tacteado todas as paredes e moveis, o honrado miliciano, que reunia as suas outras prendas o resolveu aproveiter uma curiosidade insaciavel, resolveu tar-se da situação, em que o acaso o collocára, para buscar descobrir algum segredo de Sua Alteza, ou algum dos fios da trama politica que,

dizia-se, se andava urdindo dentro do CorteReal. Agachando-se, espalmando-se contra a parede, cobrindo-se com a ponta de um resposteiro, encrustando-se por assim dizer no canto mais escuro da sala, o Muleta, detendo a respiração a paralisando os movimentos, fechou os olhos para ouvir melhor, e esperou.

A principio ouviu as ruidosas gargalhadas do Infante e dos fidalgos, que zombavam e escarneciam delle, ornando-lhe o nome de epithetos e apodos, que em nada lisongearam o seu amor proprio, antes lhe enraizaram no coração odio e desejos de vingança profundos, inextinguiveis, mas impotentes. Passados porém algums minutos, as gargalhadas cessaram. e uma bulha de passos, que se iam afastando, fez perceber ao Sr. Aniceto que os fidalgos sahiam da galeria. Por um momento elle suppoz que as esperanças que concebêra de descobrir, alli mesmo algum dos segredos de D. Pedro, haviam sido baldadas, e que a sua temeraria curiosidade servíra só para o fazer penar algums minutos mais; porém um clarão tremulo que, penetrando por debaixo dos reposteiros, veio traçar no chão, junto ás portas

do Muleta haviam desvanecido por algum tempo, parecia querer agora, condensando-se no espirito de D. Pedro, ganhar o tempo perdido. A expressão sinistra e carrancuda, que notou na physionomia do Infante, fez estremecer o Sr. Aniceto de susto e de esperança ao mesmo tempo: elle comprehendeu que a colera de Sua Alteza devia cebeu que, se Sua Alteza falasse naquelle insde ser uma terrivel colera, e teve susto; pertante, revelaria alguns dos seus mais secretos pensamentos, e teve esperança.

vimentos lentos e a grave physionomia de Sua AlTendo observado por algums instantes os moteza, o Sr. Aniceto Muleta alargou cautelosamente com os dedos a fenda do reposteiro, para ver se na galeria havia alguem mais: quando sentiu que o seu observatorio tinha as dimensões necessarias e a conveniente situação, aproximou um olho da pequena fresta e proseguiu na inspecção, que havia começado já com tão feliz exito. Olhou para todos os lados sem descobrir nada que lhe satisfizesse a curiosidade; no fim, porém, tendo voltado um pouco a cabeça e feito uma pregasinha no reposteiro, deu com o terrivel Conde da Torre, metido no vão de uma janella, silencioso e immobil como uma estatua. Ouriçaram-se-lhe algum tanto os cabellos e pela espinha desceu-lhe vagarosamente um calafrio..

O Infante e o Conde não diziam palavra um ao outro. Sua Alteza passeava, o General permanecia immobil; mas ambos pareciam esperar alguma coisa, porque de minuto a minuto vol

tavam os olhos para uma das portas da galeria. O resposteiro dessa porta agitou-se em fim, e D. Luiz de Menezes, Conde da Ericeira, que o capitão de milicianos reconheceu logo porque muitas vezes o tinha visto no exercito do Alemtejo, entrou precipitadamente. O Infante parou no meio da casa, e, estendendo a mão que o Conde da Ericeira beijou pondo um joelho em terra, perguntou:

Que novidade ha, Conde; que me queres? Sáio agora mesmo do Paço, onde El-Rei me mandou chamar.

- res

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-Não o conseguirão.

-Bem sei, Luiz de Menezes; bem sei. Mas isto não póde soffrer-se por mais tempo.

-

Tem V. A. rasão accudiu o Conde da Torre; que até ali se havia conservado callado, mas não sem dar vivos signaes de impaciencia e de cólera. Um só tiro de mosquete póde dar a paz a este reino; não é pois justo que todos estejamos padecendo, que todos sejamos impu

Para quê? O que te queria meu irmão? Apenas recebi a ordem de Sua Magestade, metti-me n'uma liteira, e corri ao paço pondeu o Conde. Estava-me esperando na sala dos Tudescos Francisco Banha, o Tenente do Mestre de Campo General. que, por ordem de El-Rei, me levou a uma das camaras mais isoladas do palacio. Perguntei-lhe se sabia o que Sua Magestade queria de mim, mas elle, responden-nemente deshonrados. do-me apenas com uma mesura, saíu, fechando a porta por fóra com o ferrolho, e deixou-me só, um tanto assustado e afflicto.

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-Sim, meu Principe; um papel em que se dizia, pouco mais ou menos, o seguinte: « Sua Magestade manda dizer a V. S., que está informado de que V. S. foi Quarta-Feira passada ao Corte-Real, e de que S. A. o levou à sua galetia das armas, e lhe offereceu as armas que estão na dita galeria: ordena S. M. que V. S. declare, em baixo deste papel, que partido pertende seguir, se o de S. M., se o de S. A. »

-A Rainha, pobre senhora! tambem é victima da desmedida ambição do Castello-Melhor -disse o Infante, em voz tremula e sumida. -O valido persuadiu a meu irmão, que a nobre princeza queria governar tudo, dispôr de tudo na corte, e, como receia que a justa cólera de Sua Magestade lhe faça um dia ter o castigo que elle merece, procura por todos os modos afastar El-Rei da sua real esposa.

Os escandalosos amores do Sr. D. Affonso VI com a Calcanhares ainda continuam? -perguntou o Conde da Torre.

E da Calcanhares que o valido se tem servido, para combater a influencia que a Rainha tem estado por vezes a ponto de adquirir sobre o espirito de meu irmão-disse o Infante.

-Ha poucos dias, Sua Magestade a Rainha, depois de uma viva questão com o Sr. D. Affonso, recolheu-se aos seus quartos, dizendo que não queria tornar a ver mais o valido.

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As coisas estão, ao que parece, muito mudadas hoje no paço-atalhou o Conde da' Ericeira. A noticia de que Sua Magestade vae dar um herdeiro á corôa...

A estas palavras D. Pedro empalideceu, e com voz convulsa, exclamou :

-A Rainha está de esperanças! Ainda mo não participaram.

-Foi hoje que essa noticia se espalhou no paço. El-Rei e o Conde de Castello-Melhor foram dar os parabens e cumprimentar Sya Ma

gestade; e, quando eu saí agora da minha pri-
são, dizia-se que tinha havido uma reconcilia-
ção entre os reaes esposos.
- E o Conde?

se não ouvissem os estalos, que os dentes lhe davam batendo uns nos outros. O desgraçado Aniceto não podia perceber, porque o desgosto do Infante por ver quasi baldadas as esperanças de ser

-O Conde teve a honra de beijar a mão á herdeiro da coroa de Affonso VI, se bavia transRainha.

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formado em cólera contra o Conde de CastelloMelhor: e não é para admirar que um capitão de milicianos não percebesse esta singular transformação, quando o proprio D. Pedro a não saberia explicar.

É certo que o espirito humano, quando se lhe apaga uma esperança ou o abandona um sentimento, tem extraordinarias aberrações, delira, por assim dizer, nos limites da razão, vagueia por todas as paixões em busca de alguma coisa, que possa substituir a esperança ou o sentimento destruido. Assim o Infante D. Pedro buscava desafogar as suas máguas, dando largas a um cégo odio contra o valido, odio que nós, avaliando devidamente os successos e os homens daquelle tempo, devemos reputar, até certo ponto, injusto, e causado antes pelo fogo de ruins paixões, e pela acção corrosiva de astuciosos conselhos, do que por offensas que o Castello-Melhor lhe houvesse feito; porque essas, se as houve, foram de tão pouca monta, que, ao historiador consciencioso, difficil será consideral-as como justificação bastante das violencias que contra o ministro de Affonso VI praticaram o Infante e os do seu partido.

A nova, que o conde da Ericeira trouxera do paço, pareceu tão extraordinaria, tão inesperada ao Infante, destruiu-lhe tão inopinadamente as esperanças, resfriou-lhe tanto a ardente paixão, que a formosura da Rainha lhe accendêra na alma, causou-lhe simultaneamente tal dôr, tal desconsolo, tal mágua, tal desesperação, que por alguns instantes elle não pôde nem pensar, -Tem V. A. razão-accudiu o Conde da nem mover-se; ficou privado da voz e do senti Torre, interrompendo os clamores do Infante. mento. As palavras porém do conde da Torre É dever de um principe magnanimo, foram-lhe, direitas ao coração, acordar o odio V. A., o ensinar ao mundo de que modo se case o desejo cruento de procurar na vingança ali- tigam ambiciosos validos. vio e desafogo. Levantou-se de pulo, e com os punhos fechados, a boca espumando de raiva, Sua Alteza, bradou :

- como

-Castiguemos o Castello-Melhor; demos cabo de todos os validos. Vinguemos por uma vez todas as affrontas. É uma deshonra para um filho de D. João IV soffrer tamanhas offensas, sem punir os que ousam faltar-lhe ao respeito, desacatal-o á face da côrte! Quero dar uma licção aos validos e aos máus Reis, que fique de memoria no mundo.

Esta cólera tremenda de Sua Alteza poz o sr. Aniceto Muleta em tal convulsão de terror, que sentiu o chão fugir-lhe debaixo dos pés viu chispas de fogo saltarem-lhe diante dos olhos, e, segurando-se com uma das mãos à hombreira da porta para não cair, viu-se obrigado a agarrar o queixo com a outra, para que na galeria

-O Castello-Melhor não hade, como o irmão, o Simão de Sousa, escapar-se-nos impunemente das mãos.

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-V. A. bem sabe, que eu nunca em minha | Pois que a victoria te brotou do voto, vida mereci que me chamassem medroso-res- Eis o meu seio nú, valor! traspassa-o! pondeu D. Luiz de Menezes baixando respeitosamente a cabeça, e recuando alguns passos.

-Bem sei, bem sei-accudiu o Infante estendendo-lhe a mão. És, sempre te tens mostrado, um valente e nobre fidalgo.

O conde da Ericeira sem responder, beijou a mão que Sua Alteza estendera para elle, e tornou a recuar alguns passos.

-D. Rodrigo de Menezes váe tardandodisse o conde da Torre. São quasi sete horas, e começo a receiar...

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Que o mandassem assassinar! É de mais, tens razão, Conde: estar sempre com receio de perder os meus amigos, de os ver sacrificados por minha causa, é uma coisa que eu não posso tolerar já.

-O Castello-Melhor...

Já dei fim ao meu pranto e aos meus queixumes
E não mais me verão estas montanhas:
Se a mão que amo e respeito me derruba
Todo o amargo do mal se desvanece !

Crê-me, oh pae, de tua filha o sangue é puro
Como a benção que imploro antes que o verta,
E a idea que final me ri na terra.

Embora de Salem chorem as virgens,
Sê juiz, sê heroe inabalavel!
Hei ganho para ti a gram batalha,
Meu pae e a patria minha são já livres !

Oh! quando o sangue teu que em mim circula,
Escoado se houver, e a voz que amavas

-Confio-te, Conde, a desafronta da minha Não tornares a ouvil-a, em todo o tempo

honra, offendida por esse malvado.

-E se El-rei quizer vingar...

-Silencio. Eu fico por tudo-atalhou o Infante. E voltando-se para o Conde da Ericeira repetiu: Silencio! Nem uma palavra a este respeito.

Neste momento o Sr. Aniceto Muleta, que estava já mais morto do que vivo, ouviu um ligeiro ruido de passos na escada que dava para a praia. Mal elle se havia escondido por detraz de um reposteiro, quando dois vultos atravessaram rapidamente a sala, e, levantando o reposteiro por onde elle estivéra espreitando, entraram na galeria.

Apenas se viu só, o capitão de milicianos, caminhando pé ante pé, encostado ás paredes, e sem respirar, desceu a escada, abriu a porta que dava para a praia, e deitou a correr para o Terreiro do Paço.

Só quando se viu fóra do Côrte-Real é que o Sr. Aniceto teve animo para tomar folego, e meditar sobre as vantagens e perigos da sua melindrosa situação.

114

JOÃO DE ANDRADE CORVO.

(Continúa.)

A FILHA DE JEPHTE.
(Traduzido de Byron.)
(HEBREW MELODIES.)

Oh meu pae' já que Deus, e a nossa patria
Requerem que pereça tua filha;

Seja a minha memoria o teu orgulho;
Lembre-te sempre que expirei surrindo!

L. F. LEITE.

A LITTERATURA.

X.

(Continuado de pag. 94.)

romanos não estabeleceram a sua lingua na Ingla115 Se porém no conceito de Hallam, os terra, confessa todavia que conseguiram isso cade uma mudança gradual, e não por uma innobalmente nas Gallias e nas Hispanhas, por meio centa estas mui significativas palavras : « Mais, vação repentina e arbitraria; e depois accres<< de ce que les habitants de ces provinces finirent a par adopter si bien ce latin pour leur langue << naturelle, qu'on ne pouvait peut-être découvrir « dans leur dialecte usuel que quelques légères a traces de leur ancien idiome celtique, il ne a s'ensuit pas qu'ils parlassent cette nouvelle lan«gue aussi purement que les Italiens, et bien a moins encore que leur prononciation corres« pondit aux sons écrits avec cette précision que a nous considérons comme essentielle à l'expres«sion du latin. »

Crê-se, e é facil demonstrar, que ainda nos seculos da mais pura latinidade, existia alguma differença entre a lingua escripta e a lingua fallada, nem outra coisa poderia succeder, visto

como a severidade das regras da pronunciação | « tivos habeo e teneo, um ou outro dos quaes, necessariamente havia de ser modificada pela ra- <«<e até ambos juntamente, foram adoptados nas pidez do discurso, maiormente na conversação,« linguas modernas como auxiliares do verbo. embora não o fosse nos discursos publicos, em << Ha todavia casos em que esta decomposição que se empregavam escrupulosamente os precei- « se explica muito bem, e póde suppor-se que tos dos rethoricos. Ora se o rigor das regras « povos, pouco attentos á etymologia ou á corgrammaticaes se afrouxava na conversação de « recção da linguagem, applicaram, por uma pessoas polidas, por força de maior razão se da- « grosseira analogia, o mesmo verbo em casos, ria esta circumstancia na linguagem do povo, de « em que rigorosamente não devia ser empreRoma e da Italia, e ainda muito mais na do << gado. >> povo das provincias affastadas.

a Depois das mudanças relativas á pronunciação, e á substituição dos auxiliares ás inflexões do verbo, o emprego dos artigos definido e indefinidos << antes dos nomes parece ter sido o passo mais agigantado da transição do latim para as lin« guas derivadas. O latim é, creio eu, a unica « lingua que não teve artigos, e esta falta a que <os romanos estavam habituados, havia de ser « um obstaculo insuperavel a povos que tinham necessidade de traduzir o seu idioma nacional

a

Ainda isto não é tudo. Nos proprios tempos da mais pura latinidade, diz Hallam, serviam-se os habitantes de Roma de um grande numero de termos, que hoje consideramos como barbaros, e de um grande numero de locuções que hoje regeitariamos como modernas. Nem se póde conceber que fosse do uso geral essa syntaxe extremamente complicada, elliptica, obscura, e avara das partes destinades a ligar o discurso, -syntaxe a que apenas se conformavam os mais apurados escriptores. Seria difficil particularisar hoje com individuação as differenças existentes entre o latim do povo e a linguagem polida, castigada e sabia de Cicero e Seneca; mas póde affirmar-se affoitamente que muitas palavras dos idio- « muitas palavras dos idiomas latinos modernos, que nos parecem estranhas á etymologia latina, se derivam de expressões que estavam em uso no seculo de Augusto, bem como, que certas locuções repugnantes á delicadeza dos entendidos, andavam no uso da lingua vulgar, e de lá passaram para o francez, italiano, etc. taes como certas proposições para indicar a relação entre duas partes da phrase, relação que um classico exprimiria por meio de inflexões.

Além do exemplo das proposições, appresenta Hallam outros, e nesta parte traduziremos seguidamente o que elle diz, porque a sua doutrina confirma e acclara alguns pontos que tocá❤ mos nos artigos antecedentes.

pro

em latim. É de crer que os habitantes das vincias romanas empregassem os termos unus, a ipse, ou ille para supprirem o artigo ainda que grosseiramente; e que depois da introduc<<ção da grammatica das hordas teutonicas, « adoptassem uma corrupção que enchia uma a lacuna real e consideravel.

« ..... Antes de haver o latim cessado de ser a lingua viva, já as leis da quantidade haviam a sido olvidadas, passando a ser substituidas pela a pronunciação accentuada... Sirvam de exemplo a os seguintes versos de Commodianus, auctor « christão, que vivia antes do fim do seculo III, a segundo uns, ou no reinado de Constantino, sea gundo outros :

Præfatio nostra viam erranti demonstrat,
Respectumque bonum, cum venerit sæculi meta.
OEternum fieri, quod discredunt inscia corda.
Ego similiter erravi tempore multo.
Fana prosequendo, parentibus insciis ipsis.
Abstuli me tandem indé, legendo de lege.
Testificor Dominum, doleo, proh! civica turba
Inscia quod perdit, pergens deos quærere vanos.
Ob ea perdoctus ignaros instruo verum.

a É assás provavel que Commodianus escrevia
em Africa, provincia onde a pureza do latim

« A difficuldade de marcar bem a distincção << dos tempos parece ter dado origem ao verbo << auxiliar activo, sendo possivel que o fossem « buscar ás linguas teutonicas dos barbaros, e « que estes e os nacionaes o adaptassem a pa-a « lavra de origem latina. A decomposição facil << estava mais alterada. No fim do IV seculo atacou de todas as especies de tempo da voz passiva « produziu o auxiliar passivo, que os gregos por << vezes empregavam, e de que os latinos usaram mais frequentemente. Não se descobre tão facilmente a justeza da applicação dos ac

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a

S. Agostinho os Donatistas, seus inimigos de a antiga data, com as mesmas armas quasi que a Commodianus tinba empregado contra o pagaa nismo; mas já a esse tempo a melodia elegante « e variada do hexametro estava fóra do alcance

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