Os Nossos escritores: classes IVe V

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Edicao do autor, 1928 - 258 pages

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Popular passages

Page 82 - Na mão de Deus, na sua mão direita, Descansou afinal meu coração. Do palácio encantado da Ilusão Desci a passo e passo a escada estreita. Como as flores mortais, com que se enfeita A Ignorância infantil, despojo vão, Depus do Ideal e da Paixão A forma transitória e imperfeita. Como criança, em lôbrega jornada, Que a mãe leva no colo agasalhada E atravessa, sorrindo vagamente, Selvas, mares, areias do deserto.
Page 148 - Floresca, fale, cante, oiça-se e viva A portuguesa língua, e já onde for, Senhora vá de si, soberba e altiva.
Page 211 - Imite-se a pureza dos antigos, Mas sem escravidão, com gosto livre, Com polida dicção, com frase nova, Que a fez, ou adoptou a nossa idade. Ao tempo estão sujeitas as palavras: Umas se fazem velhas, outras nascem; Assim vemos a fértil Primavera Encher de folhas ao robusto tronco, A quem despiu o Inverno desabrido. Mudam-se os tempos, mudam-se os costumes: Camões dizia imigo, eu inimigo; O ponto está que ambos expliquemos Aquilo que pensamos. A energia Do discurso e da frase não consiste No...
Page 90 - Vi o teu rosto lindo, Esse rosto sem par; Contemplei-o de longe mudo e quedo, Como quem volta de áspero degredo E ve ao ar subindo O fumo do seu lar!
Page 13 - No qual acto foi tanta a lágrima de todos, que neste dia tomou aquela praia posse das muitas que nela se derramaram na partida das armadas que cada ano vão a estas partes que Vasco da Gama ia descobrir.
Page 86 - A grandeza igualava a graça. Para os vales, poderosamente cavados, desciam bandos de arvoredos, tão copados e redondos, dum verde tão moço que eram como um musgo macio onde apetecia cair e rolar.
Page 215 - ... peito; e em borbotões de espuma murmurando, o quente sangue da ferida salta: de roxas espadanas rociadas, tremem da sala as dóricas colunas.

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